Disciplinas
Espirituais: Posta de Entrada para a Liberdade
A
superficialidade é a maldição do nosso tempo.
A
necessidade de hoje não é de pessoas inteligentes e talentosas, mas de pessoas
com profundidade.
As
disciplinas espirituais nos chamam a sair da superfície e morar nas
profundezas.
Não
devemos acreditar que as disciplinas espirituais são apenas para os gigantes na
fé, e por isso, estão fora do nosso alcance.
O
desejo de Deus é que elas sejam praticadas por pessoas comuns.
Também
não devemos supor que as disciplinas espirituais sejam um exercício penoso,
pois a alegria é o tom básico delas e o propósito delas é libertar o ser humano
da escravidão do interesse próprio e do medo.
Qualquer
pessoa que tenha anseio por Deus pode praticá-la.
A Escravidão aos
Hábitos Arraigados
Estamos
acostumados a pensar no pecado como atos de desobediência a Deus.
Isso
é verdade até certo ponto, mas em Romanos, o apóstolo Paulo se refere ao pecado
como uma condição que aflige a raça humana (Rm 3. 9-18).
Alguns
maus hábitos estão arraigados em nossa vida por causa dessa condição pecaminosa
(Rm 7. 5-7).
Escravidão
são hábitos arraigados em nós por causa da condição do pecado em nós (Is 57.
20).
Muitos
usam a força do braço para se livrarem desses hábitos, mas a força de vontade
jamais será bem-sucedida na luta contra os hábitos pecaminosos profundamente
arraigados.
As Disciplinas
Espirituais abrem a Porta
Quando
perdemos a esperança de obter transformações internas mediante forças humanas,
precisamos nos abrir para uma nova e maravilhosa revelação: a nossa justiça é
um presente de Deus, que recebemos pela graça.
A
necessária mudança interior é obra de Deus, não nossa.
O
apóstolo Paulo insiste em Romanos que a justiça é inalcançável mediante esforço
humano (Rm 5. 17).
Entretanto,
ao fazer essa maravilhosa descoberta, podemos cometer um engano: seremos
tentados a acreditar que não há nada que não possamos fazer.
As
disciplinas permitem que nos apresentemos diante de Deus, afim de que Ele possa
nos transformar (Gl 6. 8).
O
agricultor é impotente para fazer os grãos se desenvolverem, mas ele pode
providenciar as condições para isso.
Ele
prepara o solo, planta as sementes, rega as plantas.
Então
as forças naturais da terra assumem seu papel e o fruto aparece.
As
disciplinas espirituais também funcionam assim, é a maneira de semearmos para o
Espírito.
Deus
estabeleceu as disciplinas espirituais como uma maneira em que Ele possa nos
abençoar.
O Caminho da Morte:
Transformando as Disciplinas em Leis
Jesus
ensina que precisamos ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5. 20).
Mas
o nível de comprometimento que eles tinham seria inatingível pra nós.
Contudo
um fator sempre ocupava o centro da justiça deles: a exterioridade.
Eles
faziam isso para mostrar para as pessoas.
A
superioridade de nossa justiça será medida em nossa vida demonstrando o agir de
Deus em nosso interior.
Claro
que haverá resultados externos, mas a ação será interna.
Quando
viram lei, as disciplinas acabam sendo usadas através de manipulação e
controle, para aprisionar as pessoas.
Se
quisermos progredir nesse assunto, de forma que as disciplinas espirituais
sejam bênção, precisamos tirar dos ombros o fardo de precisar sempre
gerenciarmos a nós mesmos e nosso irmãos.
Quando
passarmos a acreditar de fato que a transformação interna é ação de Deus, não
nossa, seremos capazes de deixar de lado a compulsão de nos endireitar e
endireitar as pessoas.
O
mundo em que vivemos está faminto de pessoas genuinamente transformadas.